A Perspectiva Histórica da Pesquisa e Prática da Leitura


REFERÊNCIA:

Alexander, Patricia & Fox, Emily. (2004). A Historical Perspective on Reading Research and Practice. Theoretical Models and Processes of Reading. 10.1598/0872075028.2. 

       Caros leitores, na  postagem abaixo apresento um breve quadro histórico da pesquisa e prática de leitura sob a perspectiva das autoras Patricia Alexander e Emily Fox. 

A Era da Aprendizagem Condicionada (1950-1965)


Contexto:

      No período os pesquisadores desejam encontrar uma resposta para o “problema” da aquisição da leitura.

A Era do Aprendizado Natural (1966-1975)

 

Contexto:

     Inquietação com os preceitos do behaviorismo skinneriano.

A Era do Processamento de Informação(1976-1985)

 

Contexto:

 Crescente atenção à estrutura e aos processos da mente humana.

Teorias aplicadas:

Behaviorismo Skinneriano: a aprendizagem resultava da estimulação repetida e controlada do ambiente, resultando em uma resposta previsível do indivíduo.

Teorias aplicadas:

     Teorias  linguistas e psicolinguistas.

     Os linguistas seguiam a tradição de Chomsky.

     Os psicolinguísticos defenderam que o behaviorismo destruía o poder comunicativo natural e a estética inerente à leitura.

Teorias aplicadas:

 

Psicologia cognitiva: visava compreender o conhecimento como processamento de informações.

Buscou processos gerais ou “leis” que explicassem a linguagem humana como uma interação entre o sistema de símbolos e a mente.

 

Domínio da leitura:

      A metáfora do computador.

  Teoria do processo de informação.

 

Domínio da leitura:

      A metáfora médica da leitura.

      A leitura nesse período era um comportamento condicionado e programado. 

Domínio da leitura:

     Leitura como um processo natural.

 

Resultados:

  O conhecimento prévio e sua influência na aprendizagem baseada em textos.

  Teoria do esquema.

  Foco na mente individual.

 

Resultados:

      Foco particular na leitura como uma atividade perceptiva (identificação de sinais visuais, tradução de sinais em sons, montagem dos sons em palavras, frases e sentenças).

 

·     Fonética como parte da lógica inicial de leitura.

 

      Programa de treinamento individualizado.

Resultados:     

·    Investigações sobre as estruturas mentais.

     O aluno assumiu um papel de participante ativo.

     Aprender a ler era chegar a uma compreensão em ambiente rico em linguagem.

Visões rivais:

     Os críticos defendiam uma visão mais naturalista e holística da leitura.

 

  Um dos principais críticos era Rosenblatt que tinha uma preocupação crescente com a estética da leitura sobre o racional.

 

  Segundo Rosenblatt, na postura estética o objetivo era se perder dentro do texto e não especificamente para aprender a partir dele.

 

Visões rivais:

      William James (1890) a melhor descrição de ler seria um hábito consciente, examinado através de uma lente psicológica por meio da introspecção.

       A teoria da Gestalt.

Visões rivais:

 

· A leitura como o processamento do texto escrito precisava ser examinada em si mesma e não subordinada ao processo de aquisição e uso da linguagem oral.

 


A Era da Aprendizagem Sociocultural (1986-1995)


Contexto:

Entender os comportamentos  e resultados vistos em aplicações específicas, como com populações particulares, tipos de materiais textuais e em variáveis condições de sala de aula.


A Era do Aprendizado Engajado (1996-presente)

Contexto:

·    Surgimento da hipermídia e do hipertexto.

·    Estudo dos textos não lineares.

 

 


Teorias aplicadas:

·    Escritos em antropologia social e cultural, como as obras de Vygotsky (1934/1986), Lave (1988) e outros (Heath, 1983; Rogoff, 1990) forneceram um novo ponto de vista para os pesquisadores.

·     Teoria construtivista.

 

Teorias aplicadas:

· Teoria da motivação.

· Escritos de John Dewey.

 

Domínio da leitura:

· A perspectiva dominante durante esse tempo tornou-se a visão da aprendizagem como uma experiência sociocultural colaborativa.

·    O aluno como membro de uma comunidade de aprendizagem.

· Popularização dos conceitos de aprendizagem cognitiva, cognição compartilhada e construtivismo social.

Domínio da leitura:

· Era do aprendizado envolvido.

· A leitura não se limitava mais a materiais impressos tradicionais, mas se estende aos textos que os alunos encontram diariamente como materiais não lineares, interativos, dinâmicos e textos de mídia audiovisual.

· O aluno é um participante ativo e obstinado na construção do conhecimento.

 

Resultados:     

·      O conhecimento não era singular, mas existia em diversas formas e dimensões interativas.

· Condicionamento do conhecimento por fatores sociais ou contextuais.

·      Professor facilitador ou guia.


Visões rivais:

· Reforçar ainda mais a grande importância do contexto e das interações sociais.


Resultados:     

·  Complexidade e natureza multidimensional da leitura.

·  Noções de que a leitura é cognitiva, estética, ou de natureza sociocultural são deixados de lado.

·  Os alunos encontram uma variedade de materiais textuais, tradicionais e alternativos, que devem se refletir no ambiente de aprendizagem.

·  Leitores proficientes.

Visões rivais:

·  A Perspectiva rival é o aprendizado como recondicionamento, que investiga o ensino e remediação das habilidades ou componentes subjacentes à aquisição de leitura.

 

 

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